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Rabobank apresenta perspectivas para o mercado avícola em 2024


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O ambiente global do mercado de proteína animal para o ano vindouro é delineado por uma complexa interseção de elementos, desde questões climáticas e geopolíticas até desafios sanitários e as nuances do poder de compra da população. As barreiras comerciais, impulsionadas pela baixa previsibilidade, persistem como um desafio significativo para o setor de exportação.

A previsão para 2024 aponta para uma consolidação do crescimento na oferta global de carne de frango. Principais países produtores como os EUA (com incremento de 1,7%), Brasil (com 2,5%), China (com 1,3%) e UE-27 (com 1,8%) estão projetados para manter o ritmo ascendente. Fatores essenciais dos custos de produção, como ração, mão de obra, energia elétrica, frete marítimo e rodoviário, tendem a continuar reduzindo impactos, beneficiando as margens do setor produtivo.

As preocupações sanitárias associadas à Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP) persistem como um desafio crucial na produção. A migração sazonal das aves da América do Norte representa um ponto crítico de atenção, dada a possibilidade de contaminação por novas cepas mais resistentes nos países sul-americanos.

A pesquisa e desenvolvimento de uma vacina comercial avançam globalmente, embora a decisão sobre o uso efetivo das vacinas para redução de transmissões permaneça incerta para muitos países importadores de aves. Na França, a fase inicial de vacinação, inicialmente limitada aos patos, que compõem aproximadamente 8% da produção de aves, representa uma abordagem única.

No cenário internacional, as projeções de aumento na oferta por parte de importantes exportadores ampliam a competição com o Brasil em alguns mercados. Nos EUA, barreiras comerciais decorrentes da IAAP, o dólar forte e questões geopolíticas desafiarão o setor no próximo ano. No México, principal mercado importador dos EUA, a concorrência com o Brasil intensificará devido à expectativa de desvalorização da moeda mexicana e às considerações de preços e biossegurança, já que a produção brasileira é considerada livre da IAAP. Mesmo diante desse cenário competitivo, projeta-se um crescimento de 2% nos embarques dos EUA no próximo ano, em comparação com o ano anterior.

Na UE-27, a expansão rápida da produção na Polônia, somada à recuperação da oferta na Itália e França, diretamente impactadas pela IAAP, exigirá disciplina para equilibrar oferta e demanda, sob o risco de pressão nas cotações internas e impacto direto nas margens do setor produtivo. O aumento significativo das exportações da Ucrânia para a UE também contribui para esse desequilíbrio, com projeção de um aumento de 1,5% na oferta em 2024, após a recuperação de 3% este ano.

No mercado chinês, uma oferta limitada combinada com expectativas de melhora na demanda doméstica deve impulsionar os preços e melhorar as margens de produção. A produção continuará sendo afetada pela redução nas importações de reprodutores em 2022 e na primeira metade de 2023, principalmente devido aos surtos de IAAP nos países exportadores, como os EUA. Mesmo com a recuperação nas importações, espera-se que não seja suficiente para repor os níveis da oferta. Além disso, a mudança no mercado chinês em direção a alimentos processados, esperada para o próximo ano, especialmente no varejo, deve resultar em um aumento de 1,3% na produção em comparação com o ano anterior.

As exportações totais de carne de frango, de janeiro a setembro, apresentaram um aumento de 8% em volume e 3,5% em faturamento, evidenciando a competitividade do Brasil no mercado internacional. A China permanece como o principal importador, representando 14% do total em volume, com um aumento de 34% nas compras acumuladas do ano. Em contrapartida, os Emirados Árabes experimentaram uma redução de 5% nos embarques, e o Japão registrou uma ligeira queda de 1%.

Para o próximo ano, a expectativa é que a forte competitividade do Brasil, aliada ao potencial de manter os níveis de exportação, resulte em um novo aumento de 3,5% no volume embarcado em comparação ao ano anterior. Os protocolos de biossegurança ligados à IAAP permanecerão elevados, enquanto os acordos de regionalização com os principais importadores reduzirão os riscos de uma situação de sobreoferta no mercado local em caso de contaminação de uma granja comercial.

Com a perspectiva de oferta ainda elevada de carne bovina no próximo ano, a competitividade em relação a essa proteína deve persistir. No entanto, a expectativa de preços médios menores nos primeiros seis meses do próximo ano pode impulsionar o consumo de ambas as proteínas. Os custos de produção, especialmente da ração, devem manter-se em patamares semelhantes aos comercializados no segundo semestre de 2023, favorecendo as margens da produção. Variáveis críticas, como o clima (El Niño), conflitos geopolíticos e eleições presidenciais em países importantes, serão pontos de atenção para o próximo ano.

 

Fonte: Portal do Agronegócio

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